25 novembro, 2009

Genialidade em verde e rosa


Falar um pouquinho de música hoje.

Mais especificamente sobre samba. Sobre um dos maiores sambistas que o mundo já viu, pelo título e pela descrição acho que já deu pra sacar que vou falar de Angenor de Oliveira, o Cartola.

Pra falar a verdade não devo conhecer nem um terço da obra de Cartola, mas o pouco que eu conheço já me deixa fascinado.

Mas antes da obra, falo um pouco da vida desse carioca que passou toda sua infância no bairro das Laranjeiras, (onde talvez tenha aprendido a torcer para o Fluminense) mas ainda novo mudou-se com sua família para o Morro da Mangueira, onde iria fazer história.

Aos 15 anos muita coisa mudou na vida de Cartola: sua mãe morreu e ele parou de estudar.

Daí pra frente Cartola passou a trabalhar de servente de pedreiro e aos poucos foi ajudando a construir e a dar força para uma das mais tradicionais escolas de samba do Brasil, a Estação Primeira de Mangueira.

O sambista malandro e boêmio que surgia parecia ser um daqueles caras que tem a poesia correndo nas veias, e depois de compor vários sambas que ficaram muito famosos na década de 30, teve um estranho desaparecimento e só voltou a tona em 1956.

Daí pra frente novos sambas foram compostos por Cartola e junto com sua mulher, Dona Zica, fundou em 1964 o Zicartola, um restaurante que reunia boa comida com bom samba.

Com o fechamento do Zicartola as coisas começaram a complicar para Cartola e ele mudou-se para Jacarepaguá, onde viveu até sua morte, em 1980.

No meio de tudo isso clássicos como As Rosas Não Falam, O Sol Nascerá (A Sorrir), Tive Sim, entre outros, foram compostos.

A obra de Cartola não se restringiu ao mundo do samba, devido, creio eu, a enorme qualidade, Cartola foi regravado por cantores como Cazuza, Ney Matrogrosso, Raimundo Fagner dentre outros.

E a "devoção" de Cartola à Mangueira é outro ponto admirável de sua vida, pelo menos no meu modo de ver, muito da fama e da grandeza que a Mangueira possui hoje dentro do meio do samba e também fora dele se deve à Cartola.

Eu vejo o Cartola como um cara meio inexplicável, indiscutivelmente um gênio, com uma história de vida bonita e um pouco misteriosa, e com sambas sensacionais.

E de todas as canções-poemas dele, O Mundo É Um Moinho é a minha preferida, e só estou colocando este post aqui hoje porque sem querer achei um vídeo do Cartola cantando essa canção para o seu pai, vale muito a pena assistir, é de arrepiar:

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